Aventuras pela Islândia

Aventuras pela Islândia – Parte 3

Antes de continuar a narrativa pelas nossas Aventuras pela Islândia, vale contar uma pequena proeza que eu tentei mas não deu certo – uma noite eu acordei de madrugada para tentar ver a Aurora Boreal (também chamada de ‘Northern Lights’ na América do Norte). Claro que eu não consegui, pois é verão na latitude 64 Norte e a luz do sol nunca para de iluminar o céu, mesmo que o sol tenha se posto. O céu noturno mostra o crepúsculo, mas nunca fica mais escuro do que isso – muito bonito, mas inútil para o meu ‘experimento’… Mesmo assim eu acordei à uma da madrugada e olhei lá fora, porque naquela noite o índice de radiação solar que causa o efeito da Aurora no nosso céu estava sendo medido em um nível sete (o máximo é o nível nove, e em um nível três já é possível ver as luzes – se o céu estiver escuro, claro!) – mas nada visível. Enfim, a gente tenta…

…vamos continuar então a parte que deu certo 😉 …

Boas saídas pelo litoral sul da ilha incluem uma visita às cachoeiras Seljalandsfoss e Skógarfoss, há menos de 2 horas de carro ou ônibus de Reykjavík. Para os mais aventureiros é possível subir por uma trilha e passar por trás das quedas de Seljalandsfoss – bastante divertido, mas espere ficar totalmente molhado!

Skógarfoss é uma queda com mais água do que Seljalandsfoss, e lá, uma lenda conta que um antigo nobre da região escondeu todo o seu tesouro antes de morrer em um baú e o jogou no fundo do poço, na base da rocha. Um time de pesquisadores de fato encontrou um baú no fundo da cachoeira, mas o tesouro se perdeu quando eles tentaram içar para a superfície e a alça do baú arrebentou, ficando somente a pequena alça para provar a sua existência. Essa alça chegou a ser exibida em uma antiga igreja no local, e o tesouro continua esperando pelo dia em que voltará a ver a luz do dia…

Seljalandsfoss e Skógarfoss na Islândia
Seljalandsfoss, como sua queda alta e longa por onde se pode andar atrás / A bela Skógarfoss com seu tesouro perdido
Viajando pelo sul da Islândia
Monique (esposa) procurando o pote de ouro – tem App para isso também??? / Viajando pelo sul da Islândia você se depara com fazendas, paredões e cachoeiras

Continuamos então até as geleiras de Mÿrdalsjökull, onde é possível escalar os rios de gelo e neve que descem das montanhas e caminhar pela geleira usando ‘crampons’ (garras metálicas usadas em montanhismo, presas na bota). A excursão precisa ser acompanhada de um guia local, que vai ensinar o uso do equipamento de segurança (provido no local mesmo) e levar grupos pela geleira acima (nenhuma experiência física em geleiras é necessária, apenas estar razoavelmente em forma). A caminhada passa por fendas e rios subterrâneos de águas glaciais que derretem com o sol, aquecimento global, e as cinzas vulcânicas, que aceleram o degelo e eventualmente o fim das geleiras caso a nossa situação climática não se altere.

Geleiras de Mÿrdalsjökull na Islândia

Geleiras de Mÿrdalsjökull na Islândia Geleiras de Mÿrdalsjökull, cobertas por cinzas vulcânicas

VIAJANTE CONSCIENTE: SOBRE O AQUECIMENTO GLOBAL …

Os guias Islandeses, assim como guias com quem conversei nos Estados Unidos, Rússia e Tanzânia, parecem aceitar o aquecimento global e derretimento generalizado de geleiras com uma mistura de resignação e tristeza. É difícil para um estrangeiro e turista tentar entender o que eles realmente sentem ao ver os seus tesouros naturais, formados há centenas de milhares de anos atrás, literalmente derreter na frente dos seus olhos. É possível visitar geleiras e perceber pequenas mudanças, talvez alguns metros apenas, de gelo que desapareceu de um dia para o outro, e esse fenômeno se traduz em quilômetros de gelo que deixam de existir a cada ano. Eu presenciei o mesmo efeito em geleiras em outros continentes, apesar de existir uma ínfima quantidade de geleiras no planeta (quatro no total, que se saiba) que ainda mantém ou mesmo aumentam de tamanho a cada ano, enquanto todas as outras estão regredindo rapidamente. Por incrível que pareça há pessoas que usam essas quatro geleiras como argumento que ‘prova’ que o derretimento de todas as outras não é um fenômeno generalizado, negando a existência do aquecimento global…

Para fechar o dia com chave de ouro fomos visitar a região de Reynisdrangar e sua imensa praia cobertas por quilômetros de pedras negras, cavernas e formações geológicas, torres de basalto que se erguem do mar, e o pássaro mais celebre da Islândia: o puffin!

Reynisdrangar na Islândia
Região de Reynisdrangar … praia de areia negra e formações geológicas impresionantes.
Gruta de Reynisdrangar na Islândia
Gruta de Reynisdrangar na Islândia … me encontraram na primeira foto?
Formoções Geológicas Reynisdrangar na Islândia
Como um iceberg em formato de rocha…
Puffins na Islândia
O pássaro mais famoso e fotogênico da Islândia: os puffins…

No próximo e último post dessa série, visitamos o litoral noroeste da Islândia, onde estão os paredões monolíticos que inspiraram a arquitetura da capital Reykjavík, encostas e rochedos que desafiam o mar, e uma típica vila de pescadores nórdicos (ah sim, eu também vou provar uma iguaria local que vai deixar muita gente de estomago revirado!). Aguardem…

Leia todos os posts da Islândia do Viajoteca…

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