Baobá

Visitando os famosos baobás de Botsuana a partir de Gweta

Uma beleza que desponta volta e meia no caminho de quem viaja pela África é o Baobá. Esta árvore enorme e muito expressiva não é encontrada em muitos lugares pelo mundo. E alguns dos baobás de Botsuana estão entre os maiores e mais antigos do mundo!

O passeio pelos pans que comecei contando no post anterior, continuava com uma visita aos 2 mais famosos baobás de Botsuana: o Chapman’s Baobab e o Green’s Baobab. Ambos estão na região do Makgadikgadi Pan, mais precisamente no Ntwetwe Pan.

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Por esta região, existia uma antiga rota comercial utilizada pelos exploradores europeus nos séculos passados, incluindo David Livingstone. Como já contei, Livingstone foi o primeiro europeu a visualizar as Cataratas Victoria. Sendo que nesta sua grande viagem de descobrimento, ele passou pelo centro do Ntwetwe Pan. Claro, na região onde estão os dois famosos baobás de Botsuana.

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Estes dois baobás são desde aquela época muito marcantes e por estarem isolados, chamavam a atenção. Desta forma, eles serviram por séculos como marco para os viajantes. Portanto, para conhecer estes dois famosos baobás de Botsuana que seguimos no passeio.

Gweta-baobá
Chapman’s Baobab

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Chapman’s Baobab

# Infelizmente em 2016 esta árvore milenar se partiu ao meio e desabou.

O  primeiro famoso baobá de Botsuana que ficava no nosso caminho era o Chapman’s Baobab. Este imenso baobá é um dos símbolos de Botsuana e uma das árvores mais antigas da África. A árvore tem a fama de ter entre 4.000 e 6.000 anos de idade. E, graças aos seus sete troncos, recebeu o apelido de Sete Irmãs (Seven Sisters).

Este baobá foi nomeado pelo pesquisador e explorador sul-africano James Chapman, em 1861. Isto aconteceu quando ele estava passando na região em uma expedição com seu irmão Thomas Baines.

Chapmans baobab
Chapman’s Baobab

Esta árvore linda e enorme árvore tem cerca de 25 metros de circunferência em sua base. Isto faz do Chapman’s Baobab o segundo maior baobá do mundo, sendo só menor que o Sunland Baobab, que está em Limpopo, na África do Sul. O Sunland Baobab tem uma circunferência de 46,8 metros.

Os baobás incham com a água da chuva, isto faz com que as medições de seus troncos sejam difíceis, pois mudam muito de época para época.

Baobás de Botsuana Chapmans baobab
Chapman’s Baobab
Chapmans baobab

A árvore tem muitas referências documentadas nos jornais e cartas de viajantes estrangeiros que exploraram a região ao longo dos séculos. Inclusive, muitos dos quais, deixaram inscrições no seu tronco maciço. E pode-se ver até hoje estas inscrições ali, muitas com séculos de história.

Localização

O Chapman’s Baobab está a cerca de 45 quilômetros ao sul de Gweta. Ele é razoavelmente de fácil acesso, mas as estradas que levam até lá são picadas de terra batida. Devido a isto e as muitas trilhas feitas pela migração de zebras é necessário um GPS e um carro 4×4 para chegar lá.

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O baobá é o habitat para um grande número de criaturas, incluindo lagartos, pequenas aves que fazem ninho no seu tronco, esquilos, várias aranhas e outros insetos.

Baobás de Botsuana Chapmans baobab
Chapman’s Baobab

Almoço inesquecível

Foi aqui, embaixo desta frondosa árvore que fizemos uma parada para o almoço. Sabe daqueles almoços para ficar na memória? Comida boa e num lugar incrível. E como pode-se observar na foto abaixo, foi tudo da maneira mais simples possível, com prato no colo e sentando nas raízes do baobá.

Devo dizer que, dos diversos safáris que já fiz, este foi o almoço mais saboroso e farto servido. Nota máxima para o Gweta Lodge neste quesito.

Baobás de Botsuana Chapmans baobab

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Como expliquei no post anterior, o Gweta Lodge foi o hotel onde nos hospedamos e que oferece diversos passeios pela região em carro próprio. Super indicado. 😉

Green’s Baobab

Não muito distante, mais ou menos 15 km ao norte (30 km  ao sul de Gweta), estava o outro baobá famoso dos baobás de Botsuana, o Green’s Baobab.

Este baobá foi assim nomeado após o irmãos Green terem esculpido seu nome na casca do tronco a inscrição “Expedição dos Green 1858 – 1859”. Esta inscrição pode ser vista claramente ainda hoje. No tronco do Green’s Baobab pode-se ver também esculpidas as iniciais de Livingstone.

Baobás de Botsuana Greenes baobab1
Green’s Baobab

Também Hendrik van Zyl, fundador da cidade de Ghanzi e outros visitantes foram imortalizados aqui. Pode-se ver os nomes deles a testemunhar o tempo dos grandes pesquisadores e exploradores.

Greenes baobab

Baobás de Botsuana Greenes baobab
Green’s Baobab

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Outros Baobás de Botsuana

No sul do Parque Nacional Nxai Pan  estão os famosos Baines’ Baobabs, que foram imortalizados em pinturas do artista e aventureiro Thomas Baines, em 1862. Fazendo uma comparação com as pinturas de Baines e a árvore que se vê hoje em dia, percebe-se que em quase 150 anos apenas um ramo da árvore foi quebrado.

Baines era um naturalista autodidata, artista e cartógrafo. Ele tinha sido originalmente um membro da expedição de David Livingstone para ir até o rio Zambezi. Entretanto ele foi erroneamente acusado de roubo pelo irmão de Livingstone e forçado a deixar o grupo. O irmão de Livingstone mais tarde percebeu o seu erro, mas nunca admitiu publicamente. Desta forma, Baines passou o resto de sua vida numa posição vexatória na Grã-Bretanha.

Os Baobás

“Os baobás são um gênero de árvore com oito espécies, sendo seis espécies nativas da ilha de Madagascar, uma do continente africano e Oriente Médio e uma da Austrália. A espécie encontrada em África, Adansonia digitata, o Baobá Africano (encontrado na África Central e Austral) existe também em Madagascar.

É uma árvore que chega a alcançar alturas de 5 a 25 metros (excepcionalmente 30 metros de altura). E pode ter até 7 metros de diâmetro do tronco (excepcionalmente 11 metros). Destacam-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do seu tronco, que pode alcançar até 120 000 litros.

Os baobás desenvolvem-se em zonas sazonalmente áridas. E alguns têm a fama de terem vários milhares de anos. Entretanto, como a sua madeira não produz anéis de crescimento, isso é impossível de ser verificado. Devido a isto, poucos botânicos dão crédito a essas reivindicações de idade extrema.” (Fonte: Wikipedia)

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Baobás de Botsuana

Há uma boa quantidade de folclore e superstição em torno dos baobás em Botsuana. Assim como muitas lendas locais também, que falam de sua criação e origens. Um desses folclores fala de uma velha crença de que quem beber a água onde as sementes da árvore tivessem ficado de molho, a pessoa estaria protegida de crocodilos.

Além das antigas lendas destas árvores, as raízes, folhas, cascas, caules e frutos tem fortes propriedades medicinais. Certas partes da casca tem uma cor de goiaba oxidada. E elas podem ser processadas e utilizadas como fortes fibras multi-funcionais.

Greenes baobab

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Sem dúvida, ver estes famosos baobás de Botsuana foi uma daquelas experiências que vão ficar comigo até os últimos dias de vida. Estas árvores são realmente incríveis, e toda região, belíssima. Um passeio que recomendo fortemente para quem passar pela região.

Após a visita ao Green’s Baobab, já na parte da tarde, iniciamos nosso retorno ao Gweta Lodge. Este foi um passeio memorável, que jamais será esquecido e que super recomendado!


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Respostas de 6

  1. Tive oportunidade de conhecer essa arvore em madagascar e ele é realmente impressionante e maravilhosa. Parabéns pelo site e post que estão ótimos

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