Pois bem, inspirados pelos posts da Mirella e pelo sonho de visitar esse país, tiramos alguns dias para fazermos essa viagem a Islândia e para conhecer a natureza dessa ilha tão próxima ao ártico. Reykjavík é a capital mais próxima do polo norte, e vizinha da Groelândia (apenas 290Km além do oceano!).
Viemos pelo voo Toronto/Pearson – Reykjavík/Keflavík (empresa Icelandair) que foi bem tranquilo, mas é um overnight de 4,5 horas no qual você não vai ter muita chance de dormir, pousando logo de manhã cedo. Passamos pelo controle de passaporte e segurança (você precisa passar pelo raio-X de novo, deixar garrafas de agua para trás… não entendemos direito, já que acabamos de chegar e não iríamos embarcar para lugar nenhum, mas é assim mesmo – depois confirmei no post da Mirella, duh!) e pegamos o ônibus Flybus do aeroporto para a cidade, que nos deixou bem pertinho do hotel (avisa o motorista, coisa de cidade do interior…).
Ficamos no hotel Skaldbreid, da cadeia Center Hotels (Laugavegur 101 / +354 595 8510) – bem tranquilo, no centrinho antigo de Reykjavík, mas longe do barulho das baladas e do Rúntur, quando locais e turistas se juntam nas Sextas e Sábados à noite para celebrar as longas noites de verão, parando de pub em pub…
Reykjavík é uma cidade pequena, com apenas 120.000 habitantes, casas com telhados coloridos, ruas pequenas, pouco ou nenhum trânsito e praticamente nenhuma grande cadeia de cafés ou restaurantes à vista, o que a torna a cidade ainda mais agradável. Achamos o povo Islandês muito amigável e cordial, mas seu jeito nórdico é bastante formal e com um senso de humor um pouco seco para o nosso padrão latino: apesar de estarem sempre dispostos a ajudar, espere respostas curtas, com um leve sorriso – mas nada muito além disso.
A natureza cerca a cidade de todos os lados, com montanhas e geleiras visíveis há poucos quilômetros, rios em que é possível pescar salmão fresco há 10 minutos do centro, e temperaturas amenas mesmo no inverno (pouco abaixo de zero, muito mais quente que no nosso Canada!). Apesar disso não se vê muitas árvores: quando os vikings colonizaram a ilha antes do ano 1.000 ela era 25% coberta por florestas, mas em virtude da presença do homem hoje esse número está em menos de 1%. O governo está gradualmente reflorestando a ilha, tendo enviado cientistas a lugares como o Alasca e a Sibéria para encontrar plantas capazes de suportar o frio e o solo vulcânico.
No primeiro dia de viagem estávamos cansados e passamos o tempo passeando pela cidade mesmo, planejando o que faríamos nos próximos dias. Várias agencias de turismo funcionam pela cidade, agendando aventuras e passeios de um ou mais dias em geleiras, cavernas, parques nacionais e muitos, muitos vulcões. A cada 3-4 anos a Islândia presencia uma erupção, e em certo lugares acontecem mais de um micro-terremoto por hora! Vale lembrar que em 2010 a Islândia estava em todos os jornais do mundo, pois o vulcão Eyjafjallajökull entrou em erupção e jorrou nuvens tão espessas que interrompeu o trafego aéreo de toda a Europa por várias semanas, deixando centenas de milhares de passageiros presos em aeroportos pelo mundo.
No nosso primeiro dia o vento ártico soprava rajadas violentas, e a saída que havíamos planejado para subir nas geleiras do vulcão Snæfellsjökull (onde o conto de Júlio Verne, “Viagem ao Centro da Terra” começa) foi cancelada. É como a Mirella disse – o clima na Islândia muda de 5 em 5 minutos e a previsão do tempo é meio irrelevante.
Tivemos de mudar de rumo – seguindo um roteiro local chamado ‘Golden Circle’, que cobre 300Km no sudoeste da Islândia, saindo de Reykjavík até a Islândia central. Esse roteiro é quase mandatório para quem vem ao país, e visita as belas cataratas de Gullfoss no desfiladeiro do rio Hvítá, além das imensas formações geológicas de Þingvellir onde os chefes vikings se encontravam para decidir as leis da Islândia e julgar crimes ou decidir sentenças (nesse parque, que vale muito a pena ser visitado, vemos também a grande rachadura geológica que divide as placas tectônicas dos continentes Europeu e Norte Americano – você está literalmente pisando nos dois continentes ao mesmo tempo!), e finalmente a região geotérmica de Haukadalur onde fica o Gêiser “Strokkur”, que ejeta água fervente à dezenas de metros de altura.
O passeio valeu a pena e no dia seguinte saímos do porto de Sandgerði, ao sul de Reykjavík, para observar as baleias e pássaros na costa sul da Islândia.
O vento frio continuava batendo muito forte e passamos horas sem avistar nenhum animal, até que outro barco de observação nos alertou pelo radio: Orcas avistadas perto da região de Grindavik! Conseguimos nos aproximar o bastante para algumas boas fotos, sem ameaçar os animais, retornando ao porto em seguida – molhados, frios e cansados, mas felizes com o encontro.
Fica a dica: eles têm várias saídas por dia, de manhã cedo até o fim do dia com o sol da meia noite! Vale evitar sair no primeiro barco do dia (exatamente o que nós fizemos!): esse barco passa mais tempo procurando por baleias, enquanto que as saídas seguintes já seguem os primeiros barcos, indo direto aonde os animais estão!
A empresa que usamos foi é a Elding, que faz passeios saindo de Reykjavik – o nosso saiu de Sandgerði porque o mar estava muito agitado com o vento. Mas, quando você agenda um passeio de Whale Watching em Reykjavik eles operam com a Elding, saindo do porto de Reykjavik mesmo.
Para relaxar da saída em alto mar fomos para as aguas termais de Blue Lagoon, que ficam à 40 minutos de Reykjavík, em um antigo campo de lava petrificada na região de Grindavik. Suas águas são aquecidas naturalmente (37-39 graus, perfeito para um mergulho em um dia frio como o nosso!) graças aos campos de lava subterrâneos próximos dali, e também são ricas em minerais como sílica e enxofre, com propriedades medicinais. O spa ao redor tem toda a infraestrutura com ‘lockers’, banhos, saunas, massagens e até um café-restaurante – muito bom para qualquer dia que se deseje fazer algo próximo à capital.
Leia todos os posts da Islândia do Viajoteca… [Essa viagem teve 4 capítulos]
Respostas de 7
Oi Rafa!
AMEI os posts! Parabens!
Vi que alguns passeios (como o da baleia) voce fez atraves de uma agencia. Gostaria de saber se voce alugou carro tambem ou fez tudo atraves de agencias? Estou pensando em ficar uns dias na Islandia semana que vem e a minha duvida eh se alugo ou nao carro.
Obrigada
bjos
Oi Carol,
Aqui é a Mirella… quando fui a Islândia, fiz todos os passeio de carro, aluguei e deu super certo, me deu flexibilidade de parar onde queria e quando comparei os preços, achei que valeu a pena.
Não sei como o Rafa e a Monique fizeram, vou ver se eles podem responder pra vc aqui 🙂
Abs
Olá, a igreja acima na verdade se chama Hallgrímskirkja. 😉
Opa Mariana… está certíssima.
Já corriji o post e muito obrigada por nos avisar 🙂
Abs
Meu Deus, tem certeza que isso é um blog? Tá perfeito demais!!! Parabéns! Começaram com os quatro pés direitos!
Não está lindo Lelah? Estamos todos felizes por aqui…
Super obrigada pela visita e volte sempre!!!
Bjão